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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Pensar Marujo é viver marujo

(Makulè)
Ser marujo é percorrer cada pedaço de mar deste planeta, capturando as sua beleza para integrar a elétrons, prótons e nêutrons de cada homem do mar. É conhecer portos ricos e pobres, mares coloridos e sem colorações e rios com água em abundância e outros secos. É também conhecer de passagem as caatingas, as florestas, as montanhas, os coqueirais, os vales, os seringais, pantanal, os sertões e as fronteiras de um país chamado de planeta Terra.
             Ser marujo é conhecer Parintins, o Cílio de Nazaré, as festas de São Bartolomeu, a segunda da Ribeira, o Carnaval da Bahia, os bordéis, os mares e as adegas e bares de muitos lugares.
             Ser marujo é ser como você sempre gostaria de ter sido: um navegador que tem dentro de si o sabor das viagens e aventuras, com os valores que a vida sob o carinho da mãe das águas ensinou e que o acompanharão para sempre; é ter a bondade e a beleza na alma e ser um espírito safo, descolado e que aprendeu a comer pelas beiradas e a chamar as influências certas para aliviar os defeitos e glorificar as suas qualidades. Enfim é estar antenado no mundo e para o mundo... é um terabyte.
             Ser marujo é ficar de sentinela nas noites frias de inverno, tendo como companhia o silêncio das estrelas, o barulho das águas, o irradiar da lua e o abraço da escuridão da noite.
             Ser marujo é ficar sozinho em seu barco, atento e vigilante, ouvindo o uivo do vento das conchas e o barulho do mar e da chuva que cai sobre os mares e sobre a sua nau. É ver no céu infinito o Sol ardente que ilumina seus caminhos, ajudando-o em suas procuras. É também sentir o frio das madrugadas.
             É fazer-se presente em quase todas as festas, não importando se esteja longe ou perto do seu alcance, se oferece conforto ou não.
             Ser marujo é levar esperança aos que perderam a fé, sonhos aos que deixaram de acreditar, apoio aos que vivem abandonados, solidariedade aos que estão desassistidos e felicidade através de sua beleza e alegria.
             Ser marujo é nunca desistir de seus filhos queridos, como a natureza nunca desiste de ser natureza, os rios não desistem de ser rios, o mar não desiste de ser mar e a farra nunca desiste de trazer felicidade e de dançar ao som de Calypso.
             Ser marujo é querer que o sol brilhe para todos em qualquer parte do mundo; é querer que a justiça e a democracia sejam verdadeiras para todos e não apenas para poucos; é querer que a corrupção seja combatida sem piedade no país por todos os que sofrem e dela não necessitam.
             Ser marujo é não ter ódio de ninguém, mesmo quando sofre intolerância; é não ter inimigos, mesmo diante de pequenas guerras; é ser amigo de todas as pessoas e é ter Olorum na alma e no coração.

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