(Makulè)
Ser marujo é
percorrer cada pedaço de mar deste planeta, capturando as sua beleza para
integrar a elétrons, prótons e nêutrons de cada homem do mar. É conhecer portos
ricos e pobres, mares coloridos e sem colorações e rios com água em abundância
e outros secos. É também conhecer de passagem as caatingas, as florestas, as
montanhas, os coqueirais, os vales, os seringais, pantanal, os sertões e as
fronteiras de um país chamado de planeta Terra.
Ser marujo é ser como você sempre
gostaria de ter sido: um navegador que tem dentro de si o sabor das viagens e
aventuras, com os valores que a vida sob o carinho da mãe das águas ensinou e
que o acompanharão para sempre; é ter a bondade e a beleza na alma e ser um
espírito safo, descolado e que aprendeu a comer pelas beiradas e a chamar as
influências certas para aliviar os defeitos e glorificar as suas qualidades.
Enfim é estar antenado no mundo e para o mundo... é um terabyte.
Ser marujo é ficar de sentinela nas noites
frias de inverno, tendo como companhia o silêncio das estrelas, o barulho das
águas, o irradiar da lua e o abraço da escuridão da noite.
Ser marujo é ficar sozinho em seu barco,
atento e vigilante, ouvindo o uivo do vento das conchas e o barulho do mar e da
chuva que cai sobre os mares e sobre a sua nau. É ver no céu infinito o Sol
ardente que ilumina seus caminhos, ajudando-o em suas procuras. É também sentir
o frio das madrugadas.
Ser marujo é não ter ódio de
ninguém, mesmo quando sofre intolerância; é não ter inimigos, mesmo diante de
pequenas guerras; é ser amigo de todas as pessoas e é ter Olorum na alma e no
coração.
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